“Assim como todo ator deseja um dia fazer um trabalho em Hollywood,
qual é o autor de novelas que não quer escrever para a Globo?”
qual é o autor de novelas que não quer escrever para a Globo?”
Rui Vilhena ainda passa praticamente despercebido no Brasil e poucos devem saber de quem se trata. A grande maioria não deve saber, por exemplo, que esse autor, que fez sucesso ao revolucionar a forma de escrever novelas em Portugal, colabora atualmente com Aguinaldo Silva em “Fina Estampa”, onde já faz laboratório para em 2012 ou em 2013 ser lançado como titular pela Globo às 18h ou 19h.
Esta passagem por terras brasileiras levou o mesmo a colocar fim a um contrato de longa duração com a TVI, emissora portuguesa que detém o monopólio da indústria das novelas naquele país.
Foto: Arquivo pessoal
Apesar de se esquivar a fazer grandes comentários sobre o seu futuro na Globo, Rui Vilhena, que também escreveu a série portuguesa histórica “Equador”, que estreia na próxima segunda (3) na TV Brasil às 23h, diz que todo o autor de novelas “quer escrever para a Globo”, uma verdadeira Hollywood quando o assunto é telenovelas. “No momento a minha única preocupação é ’Fina Estampa’”, crava o novelista, explicando que aquilo que está tentando compreender no momento é a técnica brasileira de escrita para telenovela, que tem “pequenas” diferenças face à portuguesa.
Aliás, foi a técnica, aliada ao ritmo de suas novelas, que o aproximou de Aguinaldo Silva. E nem mesmo o fato de “Ninguém como Tu” ter conseguido, aos poucos, destronar “Senhora do Destino” da liderança das audiências em Portugal, beliscou a amizade de ambos.
Naquela que é uma das primeiras entrevistas de Rui Vilhena à imprensa brasileira, Rui Vilhena fala, com exclusividade ao NaTelinha, da amizade que tem com Aguinaldo Silva, da Globo, da sua quase contratação pela Record e de “Equador”, a série mais cara que já foi produzida em Portugal e que vai agora estrear na televisão brasileira.
NaTelinha: “Equador” tem sido apresentada na televisão brasileira como a produção mais cara de sempre já executada pelos portugueses. Que balanço faz desta série e que recordações lhe traz o período em que a adaptou?
Rui Vilhena: O balanço não podia ser mais positivo. A série teve um ibope fantástico, foi a maior produção de sempre. A adaptação do Equador foi uma experiência fantástica e muito gratificante, apesar do trabalho não ter sido nada fácil. As adaptações são complicadas. É preciso muito cuidado e respeito quando se está a mexer numa obra cujo pai é outro autor, no caso, o Miguel Sousa Tavares. Foram necessários oito meses para escrever 26 episódios. Numa novela, por exemplo, escrevo um episódio por dia.
NT: A história tem como uma das protagonistas Maria João Bastos, bem conhecida na televisão brasileira por sua atuação em “O Clone”. De que trata a série?
R.V.: A história decorre em São Tomé e Príncipe, na época da colonização portuguesa (1905). Para lá, vai Luís Bernardo Valença, um bon vivant, que deixa uma vida de luxo em Lisboa, para uma missão patriótica como governador nas ilhas, cuja difícil missão é convencer um enviado do governo Inglês de que não há trabalho escravo nas ilhas. A Maria João Bastos, que está fabulosa, é casada com o cônsul Inglês e acaba por ter um tórrido romance com Luís Bernardo.
NT: Sente-se incomodado por “Equador” estrear na televisão brasileira sendo dublada?
R.V.: De maneira nenhuma. De uma maneira geral, às vezes é complicado para os brasileiros entenderem os portugueses. E como as dublagens aqui são muito bem feitas, não vejo qualquer problema.
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